A indústria do aço está sendo cada vez mais cobrada pela influência que exerce sobre a crise climática, já que a fundição do ferro, apesar de essencial para o avanço da economia mundial, lança dióxido de carbono na atmosfera — o principal gás causador do efeito estufa. Por isso, diversos países já têm planos para a descarbonização do aço e produção do aço verde, adequando-se às questões ambientais do ESG, que a cada dia vem ganhando mais espaço nas empresas.
Muito mais do que uma sigla, o ESG tem se tornado sinônimo de responsabilidade socioambiental, reputação e credibilidade para as empresas. Não é a à toa que, de acordo com uma pesquisa do Google Trends, as buscas pelo tema ESG cresceram 150% entre 2021 e 2022 — e isso somente no Brasil! Segundo o Pacto Global da ONU, que deu origem ao termo, o ESG nada mais é do que a própria sustentabilidade empresarial. E a primeira letra dessa sigla tem tudo a ver com as questões do aço verde.
Environmental (ambiental, em português) representa a primeira letra do ESG e diz respeito às práticas das empresas voltadas ao meio ambiente, envolvendo temas como desmatamento, eficiência energética, gestão de resíduos, aquecimento global e emissão de gases poluentes — esses dois últimos ainda mais importantes para a indústria do aço.
Isso porque, atualmente, 70% do aço global é produzido pela tecnologia do alto-forno, que usa carvão mineral para a redução do minério de ferro. Para atingir as demandas globais de redução de carbono, as emissões de poluentes das indústrias siderúrgicas devem ser reduzidas a no mínimo metade até 2050, de acordo com a Agência Internacional de Energia.
Essa “corrida tecnológica” para atender às questões do ESG acaba por gerar mais competitividade nas indústrias como um todo: já foram anunciados investimentos na produção de mais de 110 milhões de toneladas de aço verde, que necessita de outros recursos para evitar a emissão do dióxido de carbono. Ficar para trás nessa corrida significará, além de perder dinheiro, continuar contribuindo para um mal ambiental que assola o Planeta.
As primeiras medidas para reduzir as emissões do aço são o uso mais eficiente do produto em suas aplicações e o aumento da sua taxa de reciclagem — mas essas ações não serão suficientes para atingir o índice de redução já comentado. Por isso, o desenvolvimento de tecnologias mais ecológicas é imprescindível.
Os processos mais promissores para a produção do aço verde são aqueles que contam com energias renováveis. O hidrogênio verde — um processo de eletrólise que separa o hidrogênio do oxigênio que existe na água — é uma das alternativas que surge para substituir combustíveis fósseis, como o carvão. Quando o gás natural injetado nas fornalhas que fundem o ferro é substituído pelo hidrogênio verde, o novo elemento reduz as emissões de carbono a zero.
O Brasil é o nono maior produtor de aço no mundo, mas ainda não conta com um plano de transformação da sua indústria siderúrgica. Com a crescente demanda social por aço verde e a estimativa de que a produção do aço no País continue a aumentar, o Brasil pode ampliar a sua participação no desenvolvimento sustentável das indústrias — isso porque temos em nosso território alguns recursos e oportunidades que contribuem para a descarbonização do aço.
Na esfera das energias renováveis, o Brasil possui um grande potencial de expansão da geração eólica e solar, e sua integração com parques hidrelétricos permite que o Brasil possa produzir hidrogênio a custos mais baixos quando comparado a outros países.
O carvão vegetal é outra alternativa disponível para a produção de um aço mais verde, pois produz um ferro gusa diferenciado, livre de impurezas. Investir na produção de carvão vegetal por meio de madeira de reflorestamento é uma oportunidade que faz bem para o meio ambiente e para a economia.
Em fevereiro deste ano, a mineradora Vale S.A. anunciou seu investimento na startup norte-americana Boston Metal, que vem desenvolvendo uma tecnologia para produção de aço verde a partir da eletrólise direta do minério de ferro, esperando exportar essa tecnologia para aplicar em territórios brasileiros.
Marketing Verde
Ter consciência ecológica é algo imperativo dos últimos tempos. Entretanto, vender uma imagem de indústria ecológica sem ter atitudes coerentes com o discurso pode ser extremamente nocivo para qualquer tipo de empreendimento, afastando clientes e investimentos. Portanto, é essencial se adaptar não somente às questões políticas do ESG, mas também às exigências de consumo atuais, que cada vez mais estão procurando por empresas que tenham responsabilidade ambiental, social, cultural e econômica.
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